segunda-feira, 1 de agosto de 2011

1985 - 2011 Cristiane

Eu carrego todas as lembranças da nossa infância. Eu, que sempre me coloco antes de todos esses verbos. Que me falto em ação nos momentos mais incertos. Não estive ao seu lado por muito tempo, e agora me pergunto: Quanto custa a vida nesses tempos de agora? E quanto vale uma certeza? Quem está certo ou errado? Quem está certo sobre o quê?! Quem vai dizer quando começa a vida?! Quem vai me provar que a vida de um pai vale mais do que a de dez filhos?! Minha avó uma vez me disse que os mortos sabem mais do que os vivos, pois sabem o gosto que a morte tem. A gente sabe que a morte acontece. Quando ela é um acidente é um absurdo, não aceitamos, pois ela foi interrompida de uma forma abrupta. E será que é normal para quem está em uma mesa de cirurgia? Uma pessoa que lutou tanto pela vida? E que sentido ela pode ter, se não há uma lógica natural para explicar a incapacidade dos órgãos em resistir e simplesmente para de funcionar?! Talvez aquela menina acreditasse que sobreviveria, e a fé, como vocês sabem, move montanhas, talvez os seus órgãos só estivessem buscando alguma forma de poupar definitivamente aquela menina da dor, talvez ela tenha sido tomada por aquele velho e mau impulso de autodestruição, talvez ela simplesmente tenha se cansado e resolveu aceitar o fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário